segunda-feira, 21 de março de 2011

Sem Solução

Estou me estranhando
Como o cão que rosna para a própria sombra

Descolorido castanho
Estranho conhecido

Armadura coronária
Paralisia vernacular

Opacidade

Nunca me surpreendo e
Temo morrer assim – morrendo
E sem solução

sexta-feira, 18 de março de 2011

Destino

Pés descalços,
Liberdade.
Sinto a areia que já foi quente durante o dia.
Meu caminhar é lento,
Porém tem destino certo.
Deixo minhas pegadas para traz,
Hipnotizada pela roda prateada.
Ela tem uma irmã gêmea refletida nas águas escuras.

O quebrar das ondas e a espuma branca me enfeitiçam,
Amedrontam até...
Mas tenho certeza de meu destino.

Sinto a primeira a quebrar aos meus pés.
O frio e a excitação
Sobem pelo meu corpo.
Continuo andando
Cada vez mais além,
Cada vez mais perto.

Água no peito...
O nadar é um dançar,
O silêncio, minha música...

                                     ...

As sereias enfeitiçam os homens e eles morrem no mar.
Seria vingança por, enlevadas pelo luar, terem se perdido nas águas?

quinta-feira, 10 de março de 2011

Explorando palavras...

chá de xacoco
queima o côco
minha cabeça quente
seus olhos de serpente
ah, ningres-ningres...


pão ciabatta
pão com alface
pão com tomate
pão com queijo
pão
pão
pão, pão, pão, pão, pão
glog, glog, glog, glog, glog
Aaaai...

(Dois exercícios propostos por Noemi Jaffe em seu curso sobre escrita criativa)