como aquarelas abandonadas ao mau tempo
aquelas flores desbotavam,
começavam a desaparecer
cores escorriam como chuva em vidro
mas era como vida -
desmanchando-se em papel
de galochas e guarda-chuva passei pelo
jardim de guache tentando corar-lhe -
e ali deixei um botão
mas meu jardim já era um borrão -
cinza e aguado - e o vento
esturricou as pontinhas vermelhas do botão
uma rosa seca num jardim de lágrimas
sem canto ou cores, zumbidos ou beijos
flores molhadas secavam histéricas, estéreis
Lindo poema!Metáforas delicadas e profundas próprias de um poeta.E como dizia o poeta Cartola:"As rosas não falam
ResponderExcluirSimplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti..."
Maria Lucia
Triste, esquálido de esperança. Com o título em mente li o texto, que ao me impregnar o íntimo me fez completar a sentença, não a que a autora propôs, talvez, mas a minha, incorrigível sentimental e otimista que sou, ou acredito ser.
ResponderExcluirPor mais que lhe emanem da alma, e estéreis de alegria, lhe desmanchem o carmim... tenha calma, elas secam um dia, chegam ao fim.
Beijo,
Waldir.